“Ainda há muito que podemos aprender com os antigos sobre a natureza”, afirma Serenella Iovino (In: Schliephake: 2017, p. 315). O objetivo do  III Encontro de Pesquisas das Artes Medievais. Cosmovisões: a Herança Medieval e o Debate Ecocrítico Contemporâneo é contribuir para as discussões ambientais contemporâneas, a partir dos estudos medievais. Estamos, de fato, vivendo uma evidente crise ecológica, um Antropoceno caracterizado por um forte impacto negativo dos seres humanos em relação ao cosmos e à terra em particular. 
Em um artigo, cujo título significativo é “Revelando raízes”, Iovino propõe que seria crucial incorporar “as culturas da antiguidade ao debate contemporâneo sobre humanidades ambientais” (op. cit.). Na esteira do juízo da pesquisadora italiana, acreditamos que as visões ecológicas contidas em textos e imagens medievais podem ser trazidas à tona e interagir com preocupações ambientais contemporâneas. Com efeito, essa leitura permite trazer à tona as “ecologias históricas” que a Idade Média, com toda sua riqueza, contem. Tratar-se-ia também de uma leitura anacrônica que verifica a modernidade da época medieval. 
Nosso objetivo é revelar as visões ecológicas expressas em imagens e textos da Idade Média, e ilustrar as construções discursivas das relações e dos limites entre humanos, não humanos e a natureza que tanto as imagens como os textos propões e incorporam. 
Quais são as imagens e os pensamentos que moldaram as “visões ecológicas” dos artistas da Idade Média? Nessa perspectiva antropocêntrica ou ecocêntrica que informa as visões gerais da natureza na Idade Média, serão aceitos trabalhos a partir dos seguintes eixos: